sábado, 1 de março de 2008

Soneto de Leila Míccolis


DE DAFNE PARA APOLO

© Leila Míccolis


“Apollo and Daphne”, Theodore Chasseriau


Se eu quis sumir, fugir, dos teus encantos
foi mais por arte má do deus Cupido,
que te flechou, tendo depois sumido
sem nem pensar em mim... Eram quebrantos

e não amor o teu. Por isto, em prantos,
e muito medo, eu me escondi devido
a ser-te caça, jogo divertido,
perseguição sem paz por quaisquer cantos.

Meu pai ao ver-me aflita, enternecido,
mudou-me em árvore, compadecido,
para salvar-me, assim, do teu poder.

Mas se me amares mesmo, no futuro,
ó doce Apolo, sob um tronco duro,
hás de sentir meu coração bater.

(Soneto publicado com a autorização da autora)

2 comentários:

  1. Esta é uma ótima história: também adoro. Já escrevi até uma letra em Inglês e Esperanto sobre o tema (como tanto meu Inglês como meu Esperanto são muito fracos, não publiquei ainda em canto nenhum).

    Muito boa também a interpretação, do ponto de vista da Dafne além, claro, da qualidade técnica do soneto! Realmente muito bom!

    []s

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  2. Amiga, obrigada pela publicação e, também pela escolha da belíssima pintura de Chasseriau, que enriquece em muito minha poesia. E tenho gostado muito dos seus sonetos, também. Divulgue-os mais. Muitos beijos, Leila

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