quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Canto Triste, de Manoel Virgílio


Se canto o canto que canto,
se rimo a rima que rimo,
é p'ra exaltar teu encanto,
ver se de ti me aproximo.

Se penso em ti todo o tempo,
se estás nos versos que verso,
o tempo p'ra mim é perverso,
cada momento, um tormento.

Se me dói uma dor tão intensa,
é porque em mim nunca pensas,
e o teu desamor, deploro.

Se rio meu riso tão triste,
pois a tristeza ainda insiste,
chorar meu choro, não choro.


© Manoel Virgílio


* Do livro "Mulher Estelar: sonetos" - All Print Editora, SP - 2005

(Publicado com a autorização do autor, que me presenteou com esta bela obra)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Soneto em Blocos Online

Blocos Online publica, desde ontem, com chamada de capa, o soneto "Seixos Transparentes", de Márcia Sanchez Luz, com ilustração de Celito Medeiros.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Contradança



Sou feito a bailarina que descansa,
entregue após a valsa que entristece
e que a faz, sorrateira em esperanças,
refrear o desejo que emudece.

Tão pouco sei de mim e de você!
(Do riso pulsa a veia latejante)
O espelho em que me vejo é tão clichê!
Reflete até o espaço itinerante!

Assim, quando acordar da contradança,
aguardarei o olhar que me envaidece
e que me faz corar e me enternece.

E entardecendo a dor que não fenece
meus olhos, de cansaço, vão se unir.
À espera, movimento não padece.


© Márcia Sanchez Luz

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Verbo Conectar


Conjugação

(À (D)eficiência do Speedy...)


Eu me conecto
Tu te conectas
Ele se conecta
Nós nos conectamos?
Vós vos conectais...
Eles não nos conectam.


© Márcia Sanchez Luz