quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Poema de Manuel Bandeira - Desencanto


DESENCANTO
(Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Um comentário:

  1. Obrigado por divulgar a poesia, e também essa pérola do Bandeira.
    Abraços
    Jean-Pierre

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